quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Parte 3. A espera...de um milagre???

Ao sair da médica com o diagnóstico do tal Bi rad 5 me senti totalmente perdida...entrei no carro, celular tocando, marido ligando, mãe ligando...eu só queria chorar!
A palavra CÂNCER martelava na minha cabeça...eram marretadas para falar bem a verdade!!!
Como contar para a minha mãe? Ela era a minha maior preocupação, por dois motivos:
1- Ela teve um câncer há dois anos e sabe o que essa "palavra" significava:
2 - Nenhuma mãe quer que um filho fique doente, e minha mãe não aceitaria;
Não atendi o celular...escolhi falar primeiro com a minha irmã. Porque ela? Pois sempre foi minha amiga confidente, que ia me abraçar sem se desesperar, pelo menos na minha frente, pois ela é mais 'racional' (ou pelo menos era, rsrsr).
Depois de falar com ela foi a vez de explicar ao meu marido...falei, chorei muito, perdi meu chão!
Tanto ele como a minha irmã julgaram a médica, disseram que ela havia se precipitado, que não poderia ter me dado o tal 'diagnóstico' sendo que ainda teria que ir ao mastologista, enfim...queriam me poupar, ou simplesmente não aceitar! Eu só pensava o seguinte: Ela leu o exame...ela está acostumada a ver exames assim...e se ela falou que eu tenho 70% de estar com câncer de mama, é porque o "bicho tá pegando".
Parei de chorar e fui conversar com minha mãe. Eu parecia uma fortaleza na frente dela...só parecia, estava em migalhas!!!
Ela chorou desesperadamente, chorou de soluçar, se desesperou, como toda e qualquer mãe (normal - eu acho) faria. Tentei acalmá-la, foi um pouco em vão, certamente aquela noite ela não dormiu!
Os dias passavam lentamente, já a cabeça pensava com uma pressa assustadora! Alguns dias até a consulta com o mastologista...dias difíceis, chorei bastante!
Era início de agosto de 2014, vamos então ao mastologista:
Médico muito bem conceituado, muito mesmo. Atencioso ao extremo, atendeu à todos nós (sim, fomos todos na consulta, eu, marido, irmã e mãe) e ao ver a mamografia explicou que eu tinha microcalcificações na mama, muitas...e que estavam agrupadas de uma maneira que parecia mesmo ser um carcinoma in situ!!
In situ: que ainda não enraizou, ou seja, um câncer em fase inicial, que não foi para canto nenhum.

Segundo ele, precisávamos realmente esperar o resultado da biópsia para ter certeza de algo, então, lá vamos nós marcar a biópsia.
Uma semana de espera para fazer o exame, depois mais dez dias para sair o resultado, e nós todos aqui...a espera...espera do que?
As sensações eram diversas:

  • medo
  • esperança
  • duvidas
  • lagrimas
  • silêncio
  • raiva
  • incertezas
  • promessas
Os dias se passaram, era véspera do aniversário de 4 anos do meu filho. O coração estava tão apertado que não sabia mais o que queria, se era a hora ou não de ir saber o resultado?!
Liguei no consultório para saber se o exame havia chegado e a resposta foi a seguinte:
"Chegou sim e não deu nada, é apenas uma fibrose...que é a junção das calcificações", mas vamos marcar um retorno (se não é nada, nada de pressa...bora ser feliz)!!

Ao desligar o telefone, aquele chão que eu havia perdido, reapareceu!!!
Não era câncer, não era!!!!
Chorei, ajoelhei, agradeci...avisei aos que importavam...muita felicidade!!!

Até quando???


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